terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ainda está valendo.

Há muito não escrevo, mas confesso que senti falta, mas os escritos que queria fazer...que preguiça! Então, vamos lá. Desmanchei mais uma casa, tirei tudo, limpei, expurguei, ficou vazia e mais uma vez olhei o espaço que habitava sem nada que lembrasse a minha passagem por la, fechei a porta passei a chave entreguei para a nova dona e parti para montar mais uma casa! Olhei aquele novo pedaço de teto, com medo, insegurança, e me senti muito, mas muito só. Tão só, que fiz o que faço sempre que me sinto sem eira nem beira, começo tudo outra vez, enchi de pedreiros, carpinteiros, marceneiros, pintores e refiz tudo do meu jeito, cada pedaço dessa nova casa tinha que ter uma identidade, e vamos la montar de novo uma nova casa! Será a ultima? Já nem digo mais nada. Freud explica isso tenho certeza. Olhando lá no fundo, bem lá no fundo, tenho um problema sério com as minhas casas, primeiro foi a casa em que cresci e meu pai a tirou de minha mãe, e eu foi a reboque para uma que nem assoalho tinha, era terra batida, não entendi nada. Quando passava na frente da dita casa, que não era mais minha, a pergunta vinha: porque? Esta resposta só me foi dada 18 anos depois, enfim... Outra casa fundamental para a minha sanidade foi a que construí com meu ex marido, aquela casa representava o meu porto seguro, meus filhos nasceram nela, para mim ela era indestrutível, não o concreto e tijolo, mas o laço forte que me unia a ela, engraçado você se sentir unida a uma casa como se fosse um cordão umbilical, mas era assim que me sentia em relação a ela. Quando dela saí, e este cordão se rompeu de forma abrupta, tive a mais absoluta das certezas, nunca mais me sentirei em casa. Aí e que entra Freud, até hoje sonho andando, perambulando e percorrendo os caminhos dessas duas casas. Minha nova casa ficou pronta, estou nela, sinto e gosto dela, preciso criar laços e afetos com ela. Vou criar!