domingo, 18 de dezembro de 2011

Doí sim...

Quando criança nunca tive o hábito de esperar papai noel, ceia de natal, festa de final de ano, comemorar aniversários, coelhinho da páscoa, nada disso fazia parte do meu universo tão desprovido de cores, era um universo com poucas alegrias, e sempre associo alegria com cores, era um mundo cinzento, de sobrevivência, lembro muito de minha mãe sempre preocupada com o dia de amanhã, com o quê ia colocar na mesa e assim por diante, um universo triste, não havia o que comemorar no pensar de minha mãe, pobre dela e pobre de mim, vivemos uma vida juntas de poucos sorrisos, abraços poucos e comedidos, beijos? lembro de poucos. Afetos travados e emoções sublimadas. E assim quando cresci, estes eventos, por assim dizer, não me eram tão importantes, eram dias como os outros, mas a medida que passei a trabalhar e conviver com pessoas diferentes do meu mundo, fui aos poucos percebendo a importância das comemorações e comecei a gostar e definitivamente introduzi na minha vida. Quando casei e tive filhos estas festas tiveram um sabor adocicado, com muitas cores, brilhos, muita gente, correria de crianças, casa iluminada, muito brilho, mesa farta e muita...felicidade! Por muitos anos assim é que foi, meus filhos tiveram tudo isto e levaram pela vida afora. Comemoram com cores! Alguns ajustes se fizeram necessários ao longo dos últimos 10 anos, pais separados...filhos divididos. E mãe e pai se desdobrando na divisão das cores! Meu filho me disse há poucos dias: "mãe não dá para a gente se dividir ao meio!" Claro que não! E quem iria querer isto seu doido! Pode deixar que a gente (seu pai e eu) daremos um jeito nisso, como sempre fizemos em tudo na vida de vocês e faremos SEMPRE! Mas que doí.. Ah, doí muito! Mas de dores em dores também se faz uma bela paleta de cores! beijos.

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