quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Bela

Voce se foi. Nao tenho mais a quem contar e recontar meus assombros, encantos, desencantos, saudades e esperancas. Que pena voce foi das ultimas a partir, na idade das perdas fui vendo um por um indo embora. Fui ficando, espero ficar um pouquinho mais, ainda tenho muito para ver e guardar. O que sera que fazemos com tudo que aprendemos e guardamos nesse mundo quando se vai embora? Apaga? Passa-se o ponto e pronto! Nada fica? "Entao se foi para desfazer porque fez"? Adeus Bela, nao vou escrever mais. Nao tenho mais ninguem a quem contar nada. Beijos

domingo, 6 de agosto de 2017

Tempo

Perdido,achado, vivido e vivendo. A ampulheta da vida esta escorrendo, fininha, devagar e sempre. Para quem tem alma velha, como a minha, que se acha velha desde os 40 aos 64 parece um ocaso. Ver a areia, da ampulheta da vida, escorrendo sinto que nao vai dar tempo de fazer e sentir tudo que queria e quero, ainda, nao vou dar conta de viver a minha vida ate o fim. Mas enquento estiver por aqui vou vivendo assim mesmo! Envelhecer e sim uma porcaria, comigo nao esta sendo nada legal; estou murchando igual um maracuja de gaveta, encolhendo, engilhando, secando e rachando, dores? Todo dia tem uma diferente junto com aquela anterior, meus horizontes estao afunilando, quase nao da para ver ... Por conta da catarata, bater perna no shopping? Doi... Por conta de uma resistente dor na perna esquerda, comer? Devagar e coisas macias... Por conta de alguns dentes frouxos! As rugas? Essas nao me preocupam, convivo muito bem com elas... Vou comecar a repor algumas pecas, penso que dai vai melhorar bastante. Vou dar uma bela enganada nesse bendito tempo.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Admirável mundo...velho.

Perdi menus cabelos. Não que fosse uma cabeleira explendida, nada disso, era um cabelo estranho e rebelde. Mas os perdi quase todos, fiquei careca, tive que raspá-los no zero. Horrível perder os cabelos, uma força estranha se vai junto dos fios que ficam no chão, não foi nada pensando que poderia tê-los perdido de forma mais grave. Tive uma moléstia: alopecia areata. Um tratamento longo e doloroso, sob todos os aspectos. Num primeiro momento tive o apoio dos meus amigos queridos, sem eles teria sido bem pior. Depois fiquei só. Mais uma casa estranha entrava na minha vida, seis meses! Meus filhos se revezaram, me acompanharam como podiam, afinal cada um tem sua vida e suas coisas para cuidar. O tratamento acabou, voltei para a casa que recem tinha arrumado, aquela estranha e nova casa, sem laços, ainda. A cor artificial foi embora, não mais! Agora meus cabelos estão grisalhos, da cor do tempo, e da minha história. O estranhamento foi natural, olhava e não acreditava que estavam tão brancos, pareciam uma tela pronta para receber um desenho, um novo tempo para ser pincelado com tintas indeléveis e invisíveis, mas como não sou artista, nem sei pintar uma história muito colorida, continuo com eles assim...em branco! A história? Estou deixando assim mesmo.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Quase...

Quase um ano que não escrevo! Preguiça, falta de sonhos, falta de planos, estagnação ? Sei lá! Só sei que nesse tempo vivi uma vida. E e dela que quero voltar a falar. Vou voltar...

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Realidade estranha

Quando começou o estranhamento não sei precisar, mas foi chegando, de mansinho dia após dia; hoje não sinto vontade de fazer quase nada, tenho preguiça. Encolhi emocionalmente, encolhi fisicamente e será que mentalmente também? Dai fica ruim. Minhas emoções estão voltadas quase sempre nas lembranças do passado. Outro dia li ou ouvi que " hoje vivo embrulhada nas minhas lembranças e sou feliz assim". Estou lembrando muito de coisas da vida quando criança, adolescente e adulta, coisas que me fizeram muito mal e que pensei nunca lembrar; pois pensei e lembrei! Com tal nitidez que impressionou, tratei delas com paciência e as afastei para bem longe, para sempre espero! Tenho uma amiga que traça ou traçava seus sonhos, meticulosamente, numa agenda. Alguns, tenho certeza, se concretizaram e o que será que ela fez com aqueles que não deram certo? Os meus não foram traçados em papel, todos estavam aqui na minha cabeça. Se bem que tenho uma lacuna extensa, cheia de pontinhos que não consigo preencher, parece que não era eu, na verdade era como se fosse uma espectadora de mim mesma. Dai surge o estranhamento: não era assim, não era para ser desse jeito, combinei com a vida que seria de outra forma, mais suave, mais aconchego, mais vida, mais tudo. Me enganei, com a vida não se faz acordos. De estranhamento em estranhamento vou vivendo e me adaptando. Mas não era assim que era para ser, não mesmo. Mas sou teimosa: vou tentar mais uma vez fazer um acordo com a vida, vou vivê-la até o fim, do jeitinho que ela quiser. Ah, e vou vivê-la em paz! Mesmo que para isso tenha que passar a limpo muito do que vivi.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Madrugada

Fria e escura. Insone e pensamentos indo e vindo, não se fixando em nada. Um turbilhão, um sem fim de ir e vir; passado, presente e futuro. E, ainda o inexorável tempo. Passando e levando de roldão afetos, memórias, pessoas queridas, tirando do lugar tudo que estava arrumadinho. Poxa estava tudo tão direitinho! Mas daí que vem o tempo e leva embora um monte. Aquela pessoa que fez e fará para sempre parte da sua história se foi. Pronto acabou, sua passagem por aqui já deu, vaza, da lugar para outros. E fica o vácuo. Em outro tempo quem sabe nos encontremos. Vá em paz e na luz. Uma amizade atemporal e de afeto tão grande que nem sabia que era tão maior, maior do que o tempo que fica. Redemoinhos de pensamentos e lembranças.

domingo, 14 de setembro de 2014

Gosto...

Hoje acordei pensando em coisas que gosto e não gosto, como se fosse fazer um inventário, uma lista de "não e sim". Mas como, se tem tempos que gosto de uma coisa e depois desgosto!? Hoje estou gostando de um monte e desgostando outro tanto. GOSTO: de dias nublados ( me sinto aconchegada naquela atmosfera cinza ), de sol na praia, de comprar presentes, o coracaozinho da Valentina ( me transforma no tapete dela, pode passar por cima), de tudo nos meus filhos ( até quando dão defeito ), consertar defeitos de filhos, de ter netos (inexplicável o tipo de amor. Engraçado, o amor não deveria ter compartimentos, deveria ser um afeto só , tudo igual. Mas comigo não funciona assim. E como houvessem várias gavetinhas, com etiquetas: esta e da fulana...), de sapato e roupa confortável, de esmaltes (adoro comprar, as vezes nem uso, mas aquele líquido colorido...), supermercados (em qualquer lugar), comprar cheiro verde, o azul dos olhos da Sophia (me perco neles), a transição do Matheus (menino/adolescente), das danças da Manu, da cor da pele da Maria Clara, do meu baú ( e do que tem dentro ), de alguns livros que li, de alguns filmes que assisti, passar a mão em tecidos macios, ir no médico e ele dizer que não e nada, da minha família espiritual, de cheiro de lavanda, de andar sozinha na beira de uma praia deserta, de ceviche, de um casal de amigos, de encontrar os amigos dos meus filhos, de um pijama bem velhinho, de uma calça jeans que tem 10 anos, de fazer criança dormir, e depois ficar olhando. NÃO GOSTO: de não saber colocar ou tirar acentos nesse Ipad, de não saber fazer novo parágrafo, de vento forte( tenho pânico ), de sapo ( não importa o tamanho ), de perder a lucidez, bebida com álcool , de beijar uma pessoa e ela me dar a cabeça p beijar ( beijo e na bochecha ), cheiro de cachorro, caos, multidão, insônia, livro ruim, filme que você assiste para saber como a droga toda vai acabar, filme que não entendo e todo mundo diz ser o máximo ( fico me achando uma anta ), morte de alguém que gosto, sol forte na cidade, jiló. Mas gosto, muito, muito mesmo de viver! Do meu jeito! Mas gosto e assim.