domingo, 25 de março de 2012

Com quantos...

Bela, hoje acordei pensando com quantas linhas se faz uma vida: Uma? Duas? Mais? Quantas? Uma canoa se pode fazer, quando o tronco é compacto, com um só. Uma boa talhadeira, um bom e paciente escultor e...pronto a canoa está feita, pronta para ser jogada no rio e cumprir sua tarefa de flutuar. Mas e na nossa vida? Nas linhas que se formam, nas teias que tecemos com elas? Quantas precisamos, quantas , ainda, estamos tecendo e quantas mais teremos que tecer? Só sei que as minhas, as passadas, estou me livrando pouco a pouco, enrolando-as num novelo e guardando no meu baú, aquele de sândalo, onde minhas lembranças mais significativas ficam guardadinhas. As do cotidiano teço-as com cuidado, melancolia, saudades, aflição, alegria, tristeza, euforia, esperança e expectativas. Minhas linhas, na verdade, são tão previsíveis que até a mim não causam mais surpresas! Minhas linhas são meus filhos! Neles me realizo, construo, sou feliz, fico triste e me preocupo. Presto muita, mas muita atenção, na vida de cada um deles, procuro não interferir ... muito, mas interfiro, sim, quando necessário! Para mim filho não tem prazo de validade, é para toda vida, sempre! Lugar comum besta, toda mãe acha isso!! Quando penso que algo não vai bem, minha atenção redobra em cima dele(a): O afastamento de uma filha me preocupa, sei que algo com ela não está bem, a cabecinha está enrolada e confusa com algo! Seu processo de entendimento por afeto pode ser muito lento, e a isto ela dá o nome de orgulho; faz ela sofrer. A agressividade, intolerância e imposição de suas idéias aos gritos, de um filho amoroso atencioso e inteligente, faz logo meu alarme disparar. É medo! De quê? Das linhas novas que estão se formando nas suas vidas? Pode ser! Fico atenta não interfiro, ainda! Ah, já deu para perceber que comigo não tem esta de "Mãe não sou mais criança, não se mete!" Não funciona comigo! Me meto, sim. Chamo as falas, sim! Gostou? Não gostou? Vai catar coquinho! Fiquem espertos estou de olho! O quê vou fazer? Ah, vou dar colo e cafuné! Beijos.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pronto falei!

Final de 2011. Que difícil meu Deus! Pensei que não iria acabar mais, foi um sem fim de eventos, a cada dia que passava um pouco de mim ia ficando mais frágil, uma linha totalmente esticada a ponto de arrebentar, mas segurei bem, disfarcei de verdade, tão de verdade que até acreditei, e comecei a viver uma realidade paralela. Casamento da minha filha, todo aquele turbilhão de emoções que já falei aqui. Natal, ah! o natal! Que natal foi aquele?! Como todos os meus filhos estavam aqui o pai quis fazer a ceia na casa dele, natural, ter todos os filhos reunidos é coisa rara, então...fiz um arremedo de comemoração do aniversário da minha filha, às 5 horas da tarde, lanchamos,trocamos presente, filhos,filhas, genros, noras e netos e 8 horas todos rumaram para a casa do pai para a tal ceia de natal de verdade e eu fiquei só. Juntei os pratos sujos, retirei os papeis de presente amassados, varri a casa, lavei a louça...e sentei e...pensei em choque: "os natais daqui para frente serão todos assim, preciso me reajustar, situação nova, reação idem." Fumei um cigarro, tomei um copo de coca-cola e fui dormir. Merda de natal! Ano novo, não houve comemoração nenhuma na minha casa, meus filhos passaram para um abraço e beijos e feliz ano novo e eu...fui dormir. Merda de ano novo! Pois é, dá para perceber nitidamente que para mim tudo gira em torno de meus filhos. Sem eles estanco, sem eles não reajo, sem a presença deles viro ameba, não penso, não realizo. Que carga pesada para eles! Não quero nem saber, minha fraqueza exige, meu desamparo quer colo mesmo, solicito de verdade, sem vergonha grito e peço o amor deles, f...-.. o resto. Só sei ser mãe assim. Merda de mãe? Tomara que não! Senão...coitados! Ah! e ainda teve uma tal viagem de comemoração de 60 anos do pai. Foram todos, filhos, filhas, genros, noras, netos. Todos. Não sobrou um! Morri de inveja! Morri de felicidade por eles estarem fazendo uma viagem tão linda com o pai! Está bipolaridade de emoções ainda me mata! Tomei um Rivotril e fui dormir! 2012? É meu, vou fazer uma pós e...parar de fumar! Viva eu! Beijos.

terça-feira, 6 de março de 2012

Infinito...nem tanto particular.

Muito já escrevi sobre meus lamentos, e ainda, irei escrever, só sei garatujar quando estou melancólica; na verdade queria mesmo era fazer um texto alegre, irreverente, sem tantos dissabores esparramados por ai. Mas fazer o que? É assim que minhas linhas se estendem, se cruzam, se chocam e se tornam um emaranhado sem fim de... não saber receber afetos. É isso, não sei receber afetos! Que triste! Afetos deveriam ser recebidos com facilidade, abraços deveriam ser recebidos com relaxamento de emoções, sem a tensão de afastar, elogios como um bálsamo, beijos recebidos com reciprocidade, presentes recebidos com o mesmo prazer de dá-los. Não que desconfie ou não acredite em quem está me oferecendo afeto, muito pelo contrário, acredito e no fundo de minha alma fico feliz, mas nunca me acho merecedora deste afeto todo! Claro que Freud explica! Mas não estou querendo saber de Freud nenhum, quero eu entender tanta falta de boa vontade comigo mesma, quero mesmo é ter mais complacência com meus afetos mal resolvidos, aceitar sim, estes afetos, que sinto sinceros, de braços abertos sem tencionar os músculos...do coração! Compartimentos se abrindo! beijos.