sexta-feira, 29 de julho de 2011

Existe sim....

Com a chegada da minha neta alguns ajustes domésticos foram feitos. Um irmão trocando de quarto para que o novo casal ficasse bem, sim porque então já eram um casal, um brincar de casinha ainda! Cuidando, alimentando e amando uma bonequinha de carne e osso que eles fizeram. E euzinha ali só de olho para ver se tudo ia certo. E não é que eles faziam tudo certinho mesmo!! Pura intuição e afeto! A casa estava cheia; meus 4 filhos, 2 netos, a mãe do meu neto e o pai da minha neta. E eu? De matriarca! Até a tal mesa tinha! Não tão grande como sonhei um dia, nem tinha o pai na outra ponta, mas já era um recomeço! Com o meu genro veio junto a família dele; alugaram uma casa e resolveram morar lá. O que uma neta não faz?! Um núcleo familiar estava para sempre estabelecido; pessoas da melhor qualidade! A mãe uma pessoa alegre, de bem com vida, o pai um tanto pensativo e chegado a um discurso - alguns memoráveis - os irmãos tranquilos, bem educados e uma irmã criança, o centro das atenções da família deles. E chegou o natal! Vinte dias depois da mais nova integrante dessa família peculiar nascer. Uma festa foi armada; muita comida, muita bebida, muita música, muitos presentes, muitas risadas, muitas danças, muita simplicidade e muita, mas muita mesmo... felicidade! Ah! Como era bom sentir de novo esta tal felicidade! Ver meu netinho de apenas 3 anos rindo a risada solta das crianças felizes, meus filhos todos comigo, minha filha começando a família dela, essas pessoas, que eu conhecia de longa data mas nunca fomos próximos, agora inseridos definitivamente na minha vida, trazendo tanta alegria para dentro da minha casa foi muito bom! Festejamos até o amanhecer, e a pequena luz? Dormia a sono solto! Acho que a nossa felicidade embalou o soninho dela. De longe este foi o melhor natal da minha vida. Então, Papai Noel existe vó? Respondi para o meu neto: se você acreditar bem forte, bem forte mesmo, com a força do seu coração, ele vai existir para sempre dentro de você! Eu acredito... acredito até em gnomos! Beijos.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Luz... e vida!

Nasceu um anjo na minha casa! Minha neta veio ao mundo e para minha vida no meio desse caos perpendicular em que me encontrava. Quando vi aquele "montinho" de gente, moreninha, cabelos pretos e tão serena saindo nos braços da enfermeira senti que mais uma linha invisível e definitiva estava sendo traçada. Aquela criança tão linda e indefesa agora fazia parte da minha nova família e com ela se fez a luz! Com ela veio também o pai. Que maravilhosa aquisição estava fazendo para aumentar a nova família. Ele chegou e ainda me deu uma neta! Devo isso a ele. Um dia ainda faço uma ode ao meu genro! Minha nova família estava crescendo! Quando meu netinho - que também morava comigo - nasceu não estava perto, mas quando o vi pela primeira vez a emoção foi diferente, igualmente plena, mas diferente, o momento era outro. Quando olhei para ele foi um tumulto de emoções que pensei que não aguentaria. Agradeço a mãe dele e ao meu filho, tão jovens na época, por esse pedaço de mim para sempre. E ele estar morando comigo era um alento. E agora mais um anjo estava lá em casa! Quando vi minha quase menina amamentando pela primeira vez, e aquele rapaz tão jovem olhando embevecido a cena, tive a certeza que seriam bons pais e que tinham um longo caminho juntos. Naquela manhã quando subi o morro da Lagoa e cheguei no topo, de onde vislumbrei embaixo todo o bairro da Lagoa da Conceição e ao longe, as dunas da Joaquina e o mar azulzinho se encontrando com o horizonte, parei o carro e... chorei! Chorei lavando a alma, lavando a vida e as feridas. Chorei copiosamente por não sei quanto tempo. Chorei a minha existência! E quando levantei os olhos e vi novamente aquele cenário deslumbrante com um céu limpo, um mar calmo como um espelho, vi que Ele estava e sempre esteve comigo. Aquela luz que estava entrando na minha vida foi Ele quem mandou! Bem vinda minha pequena luz! beijos.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Casa nova...

Vida nem tão nova assim. Que difícil processo passamos todos nós; me sentia em todos os momentos à deriva, sem margem e tábua onde segurar. Arrumei a casa, contratei empregada, dei ordens, todos estudando, mas nos sentíamos como estranhos, até entre nós, não havia naturalidade na nova vida, estávamos todos fazendo de conta que estava tudo se encaixando. Estava nada! Na nova cidade tentei dar um sentido profissional para nós, comprei duas lojas; grande equívoco que me custou muito; uma para mim outra para os meus filhos, achava que ocupando o tempo deles e o meu com estudo e trabalho outros problemas estariam resolvido. Teoria linda e perfeita! Nos livros! Na nossa realidade não funcionou; primeiro porque não tenho o menor talento para cuidar do meu dinheiro, segundo que se não sei, como vou ensinar? Claro que não dá certo! Faltou talento e equilíbrio emocional! O que por si só não justifica nada, aliás, não quero e nem vou justificar nada! F... qualquer justificativa, eu precisava era de colo, de cotidiano normal. Era um monte de vidas que tinha de dar conta. Ou quem sabe eu não tinha? Mas a minha obstinação em transformar nossa vida sem o pai junto, em uma vida que fosse o mais próximo de uma família, tenha me cegado a ponto de não enxergar isto. Agora Inês é morta! Alienação total! E como miséria pouca é bobagem, me aparece uma criatura que conheci no Rio, e pensei que estava apaixonada, olha outro equívoco ai, aboletou-se na minha casa, com sua cultura e modo de vida totalmente diferente de tudo que conhecia. Insanamente permiti! Ai complicou de vez! Se por um lado alimentava a vaidade de que ainda era possível despertar atração em um homem, por outro lado, sentia vergonha dos meus filhos, neto e tudo mais; como estar com outro homem, na mesma casa, sem ser o pai? Não deu! Acabei! E percebi que já tinha coisas demais para resolver, não havia nenhum tipo de sentimento; se era para ter alguém sem amar teria ficado com o pai deles! Nunca mais me interessei por ninguém e nem quero. Sublimei! Substitui por sossego, livros, liberdade, meus filhos e netos e está bom assim e é assim que vai ser. Amor puro na veia! Me alimenta todos os dias! beijos querida Bela.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Fragmentos...

Bela, com essas linhas finas, de seda, transparentes e muito resistentes, escrevo minha história e curo minhas feridas: O riso escancarado e cristalino da Maria Clara; os olhos verdes e inquietos da Manuela; as mãos do Matheus iguais as do pai dele; o olhar melancólico e lindo da Lu; a meiguice e dengo da Carol; a verdade e tenacidade sem medidas do Antonio; a determinação sem perder a ternura do João Eduardo; a forma de fazer sempre tudo dar certo do Júnior; a perseverança e força da Camila; o afeto sincero do Pedro; as tiradas intelectuais do Joãozinho; o aconchego do Bruno; a fragilidade da Misseia; a vivacidade do Luis Felipe; o sentimento fraterno que tenho pelo João; o sorriso do Rodolfo; a estabanação do Rafael; a doçura da Natália; a solidariedade dos meus ex cunhados e cunhadas; o afeto sincero que tenho por todos os outros sobrinhos; a amizade da Magaly e Atabyrio; a luz da Thaysa; a quietude do Thiago; o talento e alegria da Claudinha. Têm muitas outras linhas, é um novelo enorme e macio, irei desenrolando aos poucos e tecendo ponto por ponto! beijos.

sábado, 23 de julho de 2011

Meu baú...

Havia muito tempo não remexia no meu baú. É eu tenho um baú, lindo, grande, de sândalo, todo trabalhado com desenhos arabesques e forrado de veludo vermelho. Nele guardo coisas lindas e preciosas, preciosas claro só para mim! São desenhos de meus filhos quando estavam aprendendo a ler; cartinhas memoráveis escritas com uma letrinha, ainda, trêmula e sem nenhum compromisso com a ortografia, verdadeiras pérolas; cadernos de jardim I, II de todos eles; provinhas; trabalhos bem "elaborados"; as indefectíveis mãozinhas em decalques coloridos; agendas diários das meninas (claro que nunca li, juro!) cartões de dia das mães e dos pais; preciosidades de toda natureza! Este baú foi um dos presentes do meu ex marido, juntamente com um quadro e alguns tapetes, que guardo com muito zelo e espero guardá-los por toda uma vida; me são muito valiosos. Junto com a remexida do baú, que evidentemente, não guardo só as coisinhas de meus filhos; guardo, também, coisas outras que me fez lembrar e sentir saudades de uma época, de quando casada; as flores! Pois é Bela, me dei conta que sinto muitas saudades das flores! Ah! Como recebia flores! Quando era meu aniversário então... um dia antes a minha querida empregada, ainda falaremos dela, começava a descer os vasos, já sabia que no dia seguinte a casa ficaria toda florida. E não estou falando daquelas flores que compramos em supermercado, que a gente vai passando e coloca no carrinho; não!!! eram flores que as pessoas iam na floricultura e escolhiam qual delas iriam me mandar e o florista entregar na porta. Eu as recebia e procurava logo o cartãozinho para saber de quem eram. Pois é alguns destes cartõezinhos ainda estão no meu baú! Entendeu o ataque de banzo! Pois é tenho desavergonhadamente saudades de receber flores; daquelas de floricultura com florista entregando e tudo! Pronto falei! Nem tenho saudades das jóias que meu ex mandava junto com algumas das mais lindas rosas que já recebi. Aliás as jóias, vendi-as todas, não sobrou nenhuma! Comprei dólares e passei uma semana em Nova York, batendo perna por Manhantan, comendo lagosta no The Palm da Segunda Avenida, escorregando na neve do Village e entrando em cada lojinha do Soho, quando acabou o dinheiro, vim embora! Nunca mais voltei a Nova York. Mas também ninguém morre porque não pode voltar a Nova York!!!Sabia, lá dentro, bem lá dentro, que isto não iria acontecer tão cedo, sabia das linhas tortuosas e frágeis que estavam por vir. E vieram! Das jóias que vendi ficou apenas a minha aliança, levei muito tempo para conseguir tirá-la do dedo.Que símbolo poderoso! Até que uma noite, olhando tv, meus filhos dormindo, tirei-a do dedo e sem titubear joguei-a pela janela do décimo segundo andar! Tomara que quem achou tenha feito bom proveito! Olha o que uma simples remexida de baú faz!!! beijos.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O primeiro Natal...

Estava instalado mais um pânico pós divórcio. O primeiro natal da gente numa casa e o pai em outra, na casa em que nasceram e cresceram que mesmo quando estavam longe, nesta data nos reuníamos todos, como seria? Como proceder num caso assim? Resolvi, junto com eles, que passariam o natal comigo (ainda morávamos no Rio) e o ano novo com o pai. Coisa mais pequenininha para se revolver, não é? Este não era nem de longe nosso maior sofrimento. Mas sempre tentei levar as coisas para que não parecessem tão tristes e tão definitivas; bobagem! É claro que eles sabiam ler nas entrelinhas, que eu estava fazendo o jogo do contente! Fazendo de conta que aquilo tudo que estávamos vivendo não era o fim do mundo. E não era mesmo! Mas era sim o fim do mundo deles! Que pena! Nestas horas e principalmente nestas horas, me batia uma raiva tão grande dele, mas tão grande... Porque ele me obrigou a pedir o divórcio? porque nosso amor não foi para sempre? até que a morte nos separasse? Porque foi assim. Com todas aquelas traições e mágoas acumuladas durante tanto tempo, é como se ele estivesse gritando constantemente no meu ouvido: "Ei não está enxergando o que estou fazendo? o que mais você quer que eu faça para você colocar um ponto final nesta droga de casamento? Faça, e faça logo! Já nem sei mais que tipo de traição cometer para você cair fora! Acorda!!!" Isto era o o que ele dizia implicitamente, e eu escutava como um grito estridente, tão alto que me deixava surda! Até que um dia... bem você já sabe! Mas voltemos ao primeiro natal do Rio: fiz uma ceia fantástica, os meus queridos amigos de toda uma vida vieram com os dois filhos, o que foi uma grande alegria, convidei mais um casal -não tão amigos assim- mais os sobrinhos que estavam no Rio e pronto! Estava armado o primeiro natal; trocamos presente, comemos, bebemos e eu tomei um porre desbundante! Daqueles de matar de lenço, seja lá o que isto quer dizer! Dois dias depois meus filhos embarcaram para mais uma prova da nova vida deles; ficar na casa em que nasceram, cresceram com papai e mamãe; mas agora sem a mamãe. No lugar da mamãe tinha a namorada do pai! Nova realidade! Melhor que fosse logo! Assim! Num ano novo! E eu? Embarquei para um cruzeiro de 11 dias, ano novo em alto mar! Com direito a soltar balões branquinhos com pedidos dentro, em meio ao mar da meia noite e... só! No meio de estranhos, gente que confraternizava, como um dia confraternizei. Desejei feliz ano novo para os que estavam próximos; rezei e agradeci a Deus pela saúde de meus filhos; pedi Sua ajuda para prosseguir, e fui para a cabine. Outro ano estava a caminho e a jornada seria longa...beijos Bela.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ilha da Magia...

Aqui estamos nós! Chegamos! E... bum!! Fez-se a escuridão! Pois é Bela, cheguei a ilha da magia em meio a escuridão, sem trocadilhos infames por favor; estourou um cabo de energia que ligava a ilha ao continente e ficamos 3 longos dias e noites sem luz elétrica, um caos total, que juntando com o meu... Mas tínhamos que nos acomodar, na verdade euzinha, tinha que acomodar: meus 2 filhos; minha filha; a mãe do meu neto; meu neto de 3 anos e eu; a minha outra filha tinha ficado no Rio terminando o semestre da faculdade, iria se juntar a nós somente 6 meses depois. É...eu e ele já tínhamos um neto! Um grande presente de Deus, que naquele momento, por circunstâncias bem especiais ele e a mãe estavam morando comigo, embora ela e meu filho mais velho não tivessem mais nenhum tipo de envolvimento; e outro neto estava a caminho... é minha filha mais nova estava grávida e iria parir em poucos meses! Como ajeitar tudo isso? Dar um lugar a cada coisa? Eles olhavam para mim como se perguntando: E agora mãe? E eu olhava para eles e me perguntava: como vou arrumar tudo isso? Acomodei meus filhos numa pousada e me instalei com minha filha grávida, meu neto e a mãe dele num apart hotel. Comprei uma casa, reformei-a - para que pudesse acomodar todos nós - num bairro muito bom, com boa locomoção para as respectivas faculdades e essa reforma durou 2 longos meses; quando terminou mudamos todos para a nova casa. Estava montada mais uma casa! Mais uma linha estava para ser traçada! Porque saí do Rio? Não dei conta de 4 adolescentes numa cidade que já não era mais a cidade que vivi e que meus filhos conviveram e conheciam tão intimamente. Não tinha saúde emocional para colocar as coisas nos lugares certos, estava fazendo tudo errado. Precisava começar de novo em outro lugar, com menos lembranças, menos expectativas, menos tudo! Quando reuni meus filhos e propus irmos embora do Rio para outra cidade, e disse qual cidade pretendia, eles toparam encarar comigo esta nova vida. A única condição que me impus é que este lugar de recomeço teria que ter boas faculdades. E tinha. Então vendi o apartamento que nos pertencia por toda uma vida, que tinha metade de nossa historia entranhada naquelas paredes, desmanchei a casa e fomos! E assim ... com a reforma concluída mudamos todos e nos acomodamos, fisicamente; porque emocionalmente levamos muito tempo para que cada pedacinho de nós ficasse confortável em algum lugar daquele mundo novo, daquela terra nova, daquela casa sem identidade e história nenhuma, daquela família tão diferente e que eu precisava lhes impor, para sentir que estava sim, criando algo para eles. Complicado! Muito complicado! Até hoje me pergunto o quê meus filhos achavam verdadeiramente daquilo tudo? Um desvario da mãe enlouquecida? Ou uma forma desesperada de ter algo que não existia mais? Ou outra coisa? Que coisa?!!! beijos.

sábado, 16 de julho de 2011

Eu voltei...

Olá querida! Fui ali mas já estou de volta! Agora preciso achar novamente a linha na meada, achar a emoção certa para poder continuar. Mas vamos lá; estávamos todos no Rio; meu filho mais velho recuperando-se e me recuperando, sua luta, naquele momento, entranhou-se tão forte com a minha que as vezes não sabia onde começava a dele e onde terminava a minha. Tive que aprender com ele, aliás vivo sendo uma eterna aprendiz com meus filhos, como eles têm a nos ensinar e que aprendizado fácil se faz através deles! O outro filho, estava estudando na Austrália e ficou um longo tempo, tempo demais para mim, precisava de sua força por perto, nem ele sabia a força que eu sugava dele; mas era só um garoto e precisava sim se jogar no mundo! Morou em Londres, conheceu e aprendeu vários idiomas, correu a Europa; juntou pedras e com elas está construindo seu castelo!
As minhas meninas; ah! as minhas meninas, são tão diferente, falando só de superficialidades posso dizer sem medo de errar, que são diametralmente opostas; uma vaidosa até o limite do bom senso; a outra sem vaidade quase nenhuma de uma simplicidade atroz; mas ambas são cúmplices, sempre foram e pelo andar da vida serão sempre! Meus filhos se amam! As vezes!!! Então, estávamos todos no Rio, traçando caminhos, percorrendo alguns e voltando para o início quando necessário. E eu??!! Ah! eu no olho do furacão!! Tentando manter a cabeça de fora para respirar e prosseguir, dando voltas e mais voltas para não fazer tantas besteiras, mas mesmo assim as fiz! Deixaram feridas! Mas dai juntei com as que já tinha, arrumei uma linha bem fininha, sedosa e transparente, que é para não deixar muitas marcas, e fui pacientemente, costurando uma a uma! alguma até hoje... outras nem marcas ficou! Juntei a minha nova família, catei nossas coisas, desmanchei mais uma casa e fui traçar uma nova linha em Santa Catarina! Beijos.

sábado, 2 de julho de 2011

Cair e levantar...

Amiga, que tempos ruins foram aqueles! Todos os dias, quando acordava, pensava: "hoje não vou dar conta!" Me vi de um dia para o outro tendo que recomeçar uma vida da qual não tinha a menor idéia por onde, nem como começar. Mas tinha um foco, e foi isso que me ajudou em todo o processo; precisava ajudar o meu filho; orientar e ajudar a passar aquele tormento todo, os outros 3 que estavam comigo; precisava tirar de minhas entranhas forças para que todos tivéssemos um lar novamente, só que agora no Rio, como referencia e estabilidade, já que aquele modelo de lar em que eles estavam sendo criados não existia mais, tinha ficado lá atrás; aquele lar que ajudei a criar e que eles nasceram agora era: a casa do pai com a nova vida dele, mas que evidentemente eles estavam e sempre estarão inseridos; e a nova casa que eu estava criando e onde iríamos morar. Criei um novo modelo de lar, onde não faltaram os erros e acertos inerentes a todo o doloroso processo de recriação de afetos e consolidação de responsabilidades (que forte!), pois é, foi sim forte, doído, muitas lágrimas, rompimento de valores, criação de outros; um tumulto só! E euzinha ali perdida, tendo que definir e dar o norte para 4 adolescentes; todos em fase enlouquecida de se auto afirmar, disputando palmo a palmo comigo para ver quem mandava; de uma vez que quem pediu o divorcio fui eu, então eu que me danasse, e reconstruisse tudo de novo para eles! Certo? Errado! Eu tateava no escuro! Mas aos trancos e barrancos estabeleci o foco principal: estudar sempre! Era o que mais cobrava deles; conversávamos muito, chorávamos juntos e juntos conseguimos moldar um novo conceito de lar e que quem mandava ali era eu e ponto! E assim foi! Bela, lembrei agora, de um dia bem complicado que a minha amiga querida estava lá em casa, e ela interferiu numa discussão dizendo para os meus filhos: " Sei que está difícil para vocês mas podem ter certeza que está bem mais difícil para a mãe de vocês e que por ela ter pedido o divórcio, não pode ficar com todo o ônus, ela ultrapassou limites, tudo que podia para que não chegasse a este ponto ela fez, eu sou testemunha!" Ajudou bastante, saber naquele momento, que alguém enxergava o meu esforço todo. Obrigada amiga, foi bom ouvir aquilo! Aos poucos fomos tecendo novas linhas juntos e fazendo um caminho, fomos pulando obstáculos um após outro, meus filhos e eu, eu e meus filhos! Que fantástico ter filhos como os meus; são fortes, cada um ao seu jeito, são íntegros, são bons, não são medíocres, são gente da melhor qualidade! E são MEUS! Bela que coisa imensurável eu tenho! Meus filhos! Que bom tê-los! beijos.