terça-feira, 27 de novembro de 2012

Personagem da vida .

De muito ela instiga minha curiosidade. Uma mulher na faixa dos seus 40 anos, vaidosa, pobre, mãe de 4 filhas e um filho, dois netos, trabalha muito, sonha muito, namora muito e cuida, com dificuldade, proteger sua prole. Gosto demais de conversar com ela e conversa vai e conversa vem fiquei sabendo um pouco de sua vida. Casou muito jovem, teve filhos, um por ano, moravam numa fazenda, ela, marido e os filhos, o marido tomava conta do gado do patrão, ela cuidava do resto. Que resto? Da casa, dos animais menores, lavava, cozinhava para todos da fazenda, da horta, dos filhos, e quando necessário subia num cavalo e ajudava o marido a tanger os bois, assim era o seu dia a dia, sem mudancas, sem novidades e sem alternativas de ser diferente. Tinha sim uma diferenca de cotidiano, era quando o marido, aos domingo, saia para beber com os amigos e chegava em casa bêbado e enchia ela de porrada, bastava pouca coisa, as vezes ela nem sabia porque apanhava! O patrão, homem rico da cidade, sabia mas não fazia nada, nem ele nem ninguem...e ela seguia, trabalhando, parindo e apanhando. Até um dia em que a morte esteve muito perto, resolveu que era hora de catar os filhos, se mandar para a cidade e comecar uma nova vida! Não tinha teto. Foi parar na casa de conhecidos, ela e o monte de filhos. Arrumou emprego de doméstica e um barraco para ela e os filhos. História comum, comum de doer de realidade! Mas tem mais...

domingo, 25 de novembro de 2012

Paralelas...

As palavras mal ditas por uma filha querida, me fez hoje voltar mais uma vez no tempo. Um tempo bastante longe, sem muita maturidade para diferenciar e descompromisso com o que estava causando em quem estava ouvindo, para mim eram só desabafos, mágoas e até mesmo palavras que me vinham no momento no calor do acontecido. É, já disse, assim mesmo com muita semelhanca, as palavras mal ditas, com minha hoje saudosa mãe, e agora, só agora, me dei conta do estrago que causei nela. Tenho um amigo de uma vida, que sempre dizia: "tudo volta!" Grande Mário! Mesmo louco sabia das coisas! É mesmo amigo, volta sim! Por alguns segundos me ví e ouvi dizendo as mesmas palavras, em algum tempo do passado e minha mãe me olhando como não querendo acreditar no que estava ouvindo. E eu despejando um monte de mágoas, de coisas que deveriam ter acontecido e não aconteceram do jeito que eu tinha planejado na minha vida, e que claro, a culpava. Pobre dela, mal dava conta de sua própria vida! E eu ali... Então, impossível não estabelecer esta linha paralela! Por muito tempo julguei e condenei a minha mãe por alguns atos da sua vida, que evidentemente refletiram muito em mim; este meu juiz interior é implacável, e com ela então... fui seu algoz por muito tempo. Hoje não mais! Quantos momentos que poderiam ser diferentes. Mas não foram! Agora só me resta pedir que onde ela estiver me perdoe por tão feroz julgamento. Ao modo dela foi, sim, uma boa mãe! Sou um pouco melhor que ela, tenho consciência disso. E inegavelmente minha filha é muito, mas muito melhor que nós duas juntas. Filha acho que você está no caminho certo é assim mesmo que se faz! As vezes doí ser filha e as vezes doí ser mãe! Mas assim é que é!

domingo, 16 de setembro de 2012

Afetos partidos.

Quando o conheci era apenas um adolescente, com todas as mazelas grudadas nestes seres em formacão: conflitos existenciais, inseguranca revestida de vaidade, vontade enorme que tudo fosse muito rápido e que o homem pleno se instalasse logo; tinha pressa em se tornar adulto...como os adolescentes, claro!!! De muito faz parte da minha vida, nas mais variadas fases - da minha e da dele. Conheceu muitos amores, mas casou com o maior que sentiu, fez familia, teve filha, construiu! Estendeu na vida uma linha de afetos com o fio mais delicado e forte que encontrou. Quando olho para ele hoje, o adulto que bem lá atras queria ser, e tinha pressa, chegou. Perdi um bom tempo da sua vida. Mas sempre tive um afeto sincero, amigo e inteiro por ele. Fez o caminho de volta e aqui na Aldeia estendeu sua linha e a trilhou com o amor de sua vida e a filha. Mas o tempo fez os seus estragos! Sua linha está partida, seu afeto também, seu sofrimento é evidente. As mágoas? Aparente e transparentes...ressentimentos? Ainda não é o momento de aparecer. Este aparece bem lá na frente! E olha amigo, este sim faz um estrago danado, é bem mais difícil de lidar! Este doí até não poder mais! E é no rastro tenebroso do ressentimento que vem a reboque: a saudade do que não deu tempo de viver e fazer, as lembrancas dos bons momentos, os ruins a gente esquece um pouco, ou lembra com intensidade, colocando sempre na conta do companheiro que partiu, claro!!! Tudo a mercê do ressentimento devastador. Puro mecanismo de defesa! Está é a fase em que caímos de boca na vida, viramos de cabeca para baixo! E sofremos o que não vivemos! Pois é amigo, sinto te dizer que vem chumbo grosso por aí, um afeto partido é só a porta de entrada! A da saída você encontra, demora um pouquinho, mas encontra, as vezes fica uns pedacos pelo caminho. Junte tudo e se refaca, torne-se novamente forte, estenda uma linha carinhosa e forte para fazer este novo caminho, assim quem sabe você consegue até consertar a que se partiu?!! Se no final das contas valer a pena é porque não se partiu de vez. Dê-se um tempo! " Este pote até aqui de mágoas" transborda mas não afoga!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Hoje é dia de Manu!

Quando a conheci já tinha alguns meses, não a via nascer, estava ocupada tentando fazer o caminho de volta e nesse tempo ela nasceu. Um tempo de mudancas e surpresas e a doce surpresa maior foi conhecê-la! Um titico de gente, branquinha e fofinha, aliás, como todos os netos são, nenhuma emocão diferente das que já tinha passado outras vezes. Mas...algo era diferente naquela coisica gostosa, não consegui identificar num primeiro devaneio de colocar no colo mais uma neta querida. Mas...tinha algo! Os olhos dela eram iguais aos da minha mãe, não o olhar, os olhos: verdes, não aquele verde translúcido, transparente, era o verde escuro, verde de floresta, penetrante, inconfundível e inesquecivel para quem já viu um verde assim. Eu não esqueco! Quando ví aquela pele branquinha e aqueles olhos, pensei: quantas geracões se passaram, mas eles estavam ali, naquela carinha linda! Hoje ela faz 5 anos! Desde muito novinha, sem ninguem incentivar ou estimular, gosta de brilhos e cores, o mundo dela tem que ter cor e de preferencia muita lantejola e brilho! Cores? é fundamental no incrível mundo de Manuela! Básico? Não existe em seu mundo, se não tem cor ou brilho ela inventa e coloca! Nem Freud explica! Ou explica? Não sei, só sei que ela é assim! Não há estigma. Claro que com todo este colorido tornou-se exigente e ... mandona! Suas reviradas de olhos e bufadinhas de canto de boca, enlouquecem sua mãe e seu pai. Fazer o quê? Se depois de um abraco gostoso e um sorriso acompanhado de um pedido de desculpas desarma todo mundo! No seu dia a dia tem que ter cor e brilho, senão sua estrela murcha, e não pode! Como transformar em algo sem cor e brilho uma estrelinha que faz da sua luz um caminho, para nós, colorido, brilhante e fácil de caminhar. Brilha minha estrela, espalha suas cores por onde andar, inventa outras que talvez nem existam ainda, jogue suas cores no nosso mundo e faca dele um mundo melhor! Viva seu dia querida! E um monte de pó de pirlimpimpim para todas as suas cores se tornarem mágicas!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Oferecida!

Estou muito oferecida, e quando nos oferecemos demais o passe perde o valor. Perde a dignidade, a emocão, as pessoas fazem pouco, a estima fica lá no dedão e você sem nada para dar de verdade, se dá pela metade ao invés de por inteiro, fica tudo remendado, pior de tudo é quando você percebe o ridículo da situacão criada, fica parecendo cachorrinho jogado fora, vira-lata de nada! Preciso urgente achar uma linha forte para me recosturar, assim não dá! Oferecida uma ova! Só quero resgatar afetos escapulidos por entre os dedos, já sei que assim não é que se faz, não com esta linha fina e sensivel demais, cadê você mulher? onde acha que vai chegar com tudo isto, se oferecendo assim por tão poucos afetos? Cuide de você sozinha! Vire o jogo! Dá um perdido! Aperta o f...-.. Se joga! Comeca tudo de novo! Você é a rainha dos recomecos! Tá com medo?!! Não é você!!! Aff... Id, ego e super ego em briga nesta altura da vida! NÃO.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Velho do Picolé!

Num domingo nem tão distante assim, estava tomando café na varanda do apartamento, nada glamuroso, uma caneca com café e só, cheguei no parapeito, gosto de ficar olhando aqui de cima, as casas, os carros que passam, as pessoas andando na rua, diante deste cenário meu pensamento corre, fico imaginando onde cada pessoa que vejo daqui de cima está indo! Passear? Visitar alguém? E uma dessas pessoas me chamou atenção em especial: era um velho empurrando um carrinho de picolés, um carrinho bem antiguinho, dava para ver que ele - o velho - devia ter uns 75 anos; passos lentos, cabeleira branquinha, pele tostada do sol, ou será que era esta a sua cor de nascença? Fiquei hipnotizada por aquela figura! Empurrava o carrinho lentamente, nos pés uma sandália havaiana, calça de tergal com a bainha dobrada, talvez para não entrar por baixo do calcanhar, camiseta dessas de propaganda eleitoral, na mão ele apertava, cadenciadamente,uma espécie de buzina, uma corneta com uma bola preta onde ele apertava e fazia fon...fon... e com este som chamava a clientela, mas naquele domingo tão quente, ninguém saia de casa para comprar os picolés dele e ele ia de uma rua a outra, devagarinho, devagarinho e fon...fon... e nada! Em uma das ruas encontraram-se o velho do picolé e o homem da tapioca, é tem também o homem da tapioca! Ele grita:"Olha a tapioca!" Mas de uma forma melodiosa que só ele faz! E tapioca as pessoas saem de casa para comprar. Porque picolé não!? Cadê as crianças? Não gostam mais de picolé de carrinho e que faz fon..fon..? Que pena dele! Depois de algum tempo resolvi ir até a casa da minha filha, que para chegar tem que atravessar em diagonal a cidade toda, almocei, conversamos depois de umas 3 horas, resolvi ir embora, peguei o canal. Pois é, quem eu avisto de longe? Ele mesmo. O velho do picolé! Parei. Precisava conversar com aquele senhor. Saber dele. Em um domingo tão quente e tão tarde ele ainda estava empurrando aquele carrinho? Assim o fiz, pedi um picolé, daqueles que quando está terminando vira gelo? Adoro! Conversamos um monte! E pude constatar que a realidade é bem assim como a gente imagina mesmo; é claro que ele não fazia isto porque ele adora empurrar um carrinho num sol escaldante num domingo para ganhar 50,00 reais, que é o que o carrinho dele comporta! Nem pensei que seria o contrário! Aquele senhor, suarento, e com 78 anos precisava muito fazer isto, pena que tinha vendido tão pouco, tava difícil naquele domingo, mas ele estava com esperanças de vender mais na praça, têm mais crianças! "Se tivesse vendido tudo iria para casa?" "Ah...claro dona!" "Então vá, aproveite o resto do domingo!"

domingo, 10 de junho de 2012

Confesso que vivi...

Que Pablo Neruda me perdoe por me apossar despudoradamente das suas palavras, mas é assim mesmo, existe sempre alguém que escreve ou escreveu algo que parece com o que estamos pensando ou sentindo. E foi assim que me senti, algumas horas atrás. Hoje é aniversário de uma das minhas filhas, a minha pequena! Olhando para ela hoje, tão preocupada porque estava fazendo 29 anos. 29 anos!!! Tão jovem, tão cheia de sonhos, recém casada, uma vida sendo construída, seu sorriso lindo transbordando de ansiedade pelo próximo passo que a vida há de lhe cobrar, me deu vontade de colocá-la em meu colo, como fazia quando era criança para lhe fazer aqueles penteados elaborados com fitas, que hoje olhando as fotos ela odeia, mas que na época adorava, e lhe dizer para não ter pressa, você já fez um monte! E ainda fará muito mais! O que for muito difícil de fazer sozinha- mesmo que seu marido a ajude- as vezes precisamos mesmo é da ajuda da mãe, estou aqui! Chama que eu vou! E hoje minha pequena, no seu café da manhã, você acabou me dando um grande presente! Quase tudo que me move estava ali: você, seu marido, seu irmão, a namorada dele, sua irmã, o marido dela e meus quatro netos, e em algum momento olhei cada um de vocês, é claro que lembrei de quando eram crianças, é inevitável, mas sobretudo finquei o olhar no que estava vendo: que lindo! Eu criei parte disto! E é o que me interessa e me move neste mundo ( até já falei sobre isto, sou repetitiva mesmo e dai?). Mas algumas nuances indeléveis estavam diferente, não com você, com seus irmãos, na verdade sua irmã e seu irmão que está longe e dois de meus netos, nada grave, apenas diferente. Sua irmã acabou de parir ainda está naquela acomodação de uma nova filha, tão frágil, tão necessitada de sua atenção completa, é uma fase difícil, de pouco dormir, pouco tempo para si, passa logo, mas gostaria de poder ajudá-la mais! Seu irmão que não estava conosco, algo me diz, que está surfando uma onda bem alta e levou um caldo, mas como bom surfista que é, bota logo a cabeça de fora e pega uma onda mais mansa, rema e começa de novo, ele sempre consegue! Mas senti sua falta, gostaria que ele estivesse ali com a gente. Meu neto está naquela fase de transição, nem criança e nem adulto, um enfado, para ele naturalmente e minha neta mais velha com suas reflexões e olhares curiosos se tornando uma garotinha e acentuando sua vaidade de tão bom gosto! Obrigada filha por este presente de hoje. Ah...e tem a Manu! Mas ai é outra história, a Manu é um capítulo a parte, a gente ainda fala dela outro dia! Beijos

Parece que foi ontem...

Bela querida, quando aqui cheguei, nos idos de 1978, a Aldeia ... era uma aldeia. Tudo muito precário, muitas dificuldades, muitos jovens começando uma vida nova, inclusive nós, uma cidadezinha pequena com tudo que uma cidadezinha tem que ter e o que não tem, e uma das coisas que mais me chamou a atenção naquela época era a incipiente tentativa de ter uma televisão - não o aparelho - novelas acompanhávamos com dois ou três dias de gravadas, os noticiários de fora também com atraso. Imagina numa época em que uma ligação interurbana era feita por intermédio de uma telefonista, que muitas vezes dava para "sentir" sua presença, digamos que para conferir se a ligação realmente tinha sido completada! Pois é era assim! A programação local? Bem esta se limitava ao noticiário local, cujo ponto alto era a piscadela de olho dada pelo seu apresentador ao final e as entrevistas, reportagens, coberturas de eventos sociais - baile Vermelho e Preto por exemplo - feitas por um único "repórter, iluminador e faz tudo" que fazia perguntas tão esdruxulas que viravam piadas no dia seguinte; mas louve-se sua boa vontade, afinal ele fazia tudo sozinho, as vezes arrumava um rapazinho para segurar os fios e as luzes, enfim foi um pioneiro e a eles deve-se sempre um louvor. E os comerciais? Bem este mesmo "repórter" os fazia. Tinha um que era assim: um cartaz fazendo propaganda de um frigorífico, acho que era frigorífico, alguém segurava- dava para ver as mãos de quem estava segurando- e o repórter lia o que estava ali escrito. Mas, sabe amiga Bela, todas estas lembranças é só para poder falar, você sabe o quanto faço rodeios até contar que interessa. Sabe qual é, inegavelmente, a melhor campanha publicitária local? A da empresa de meu ex-marido! Que campanha de modernização de uma marca local! Bem feita, bem dirigida, público bem definido, veiculação adequada e sobretudo a escolha do publicitário, moço muito eficiente; dá a entender que captou direitinho, o que o cliente precisava: mostrar que uma empresa local, com crescimento eficiente ao longo dos anos, tinha mais é que mostrar seus produtos de forma bonita, moderna e sem gritos. Na verdade além do publicitário, não posso deixar de dizer que ele (o ex) sempre procurou inovar; fico feliz por ele, por meus filhos e netos, aliás partiu do meu neto as seguintes palavras quando viu o comercial de um lançamento com uma famosa muito bonita: "Vó isto é do vô? Que comercial manero é o mais bonito daqui!" E olha que ele tem só 12 anos! Bonita toda a campanha! O patrocínio do jornal local me levou para a cartolina segura com as mãos de alguns anos atrás. Parabéns ex, parabéns publicitário! Algo me diz que vêm muito mais coisas por ai. Tomara! Adoro contar uma história! Beijos

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Maria Valentina & cia

Está difícil recomeçar a escrever, parou...nada mais vem, as palavras ficam encolhidas, as frases curtas os pensamentos preguiçosos, disformes, fazem curvas e mais curvas...e vamos ficando distantes...distantes... um monte de reticências. Mas na verdade tenho muito que falar, sem nenhuma ordem, tudo desconexo,tudo emaranhado, um novelo cheio de nós e linhas finas, linhas daquelas bem vagabundas compradas mesmo nos armarinhos da vida, de beira de mercado que arrebentam no primeiro esticão; as de seda estão no meio, tudo junto e misturado, mas juro que vou colocá-las no seu devido lugar aos pouquinhos com muita calma. No meio deste emaranhado de linhas e idéias eis que surge ELA: Maria Valentina! O que foi aquela visão do meu genro com um pacotinho nos braços! Num corredor longo, o mais longo que já percorri, e lá estava ela em seu colo, aconchegada, protegida nos braços do pai, ele agarrado a ela e ela molinha adorando aquele colo que terá para sempre. Penso que este aconchego de alguma forma,ela, sempre vai sentir, em algum lugar no seu inconsciente o calor daquele abraço primeiro ficará para sempre. Quando peguei aquela coisica quentinha, frágil nos meus braços pensei que queria ficar com ela assim para toda vida, nunca mais devolver ao pai, não dá para descrever esta emoção sem cair no lugar comum do amor incondicional, porque é isto mesmo, e tome-lhe lugar comum, amor para toda vida... e olhe que já senti esta mesma emoção por três vezes, eu quero é mais! Maria Valentina chegou! E nem parece joelho! Bem vinda a este mundo, e fique tranquila ele nem é tão ruim assim, tem muita coisa boa, se não tiver, nós, "&cia" o faremos para você!

domingo, 8 de abril de 2012

Encontros...

Houve um tempo em que tudo era diferente, as manhãs, as tardes e as noites. Tempo em que as emoções estavam mais acomodadas, mais simples de entender, podia até prever o que aconteceria no tempo seguinte...hoje não! Olha a incoerência presente; hoje minha rotina é massacrante porque também sei o que vai acontecer um dia após o outro, só que para estas emoções, estes dias exatamente iguais a formula é complexa e não consigo decorá-la, e pior não consigo vivê-la com harmonia. Mas quebrando este cotidiano mediano recebo a visita de dois grandes amigos, amigos de toda uma vida, amigos tão diferentes entre sí, mas que vivem em harmonia e são parceiros. Esta visita me deu um sopro de tranquilidade, me ajudou a ver, que no fundo, bem lá no fundo, eu acabei fazendo a coisa certa, minhas linhas foram estendidas na direção certa. Estes parceiros me fazem bem! Ele é um cuidador nato, quando está por perto cuida de um monte de coisas, até da minha porta que range, adoro! Ela sabe tanto de mim, as vezes me critica ferozmente, outras não, só me deixa falar e eu fico achando que estou dando conta direitinho de tudo, mas em outras me diz palavras que me emocionam até não poder mais; saber que a minha querida amiga me acha forte...não tem preço! Engraçado já ouvi outras vezes esta mesma palavra "você é forte!", aonde as pessoas enxergam esta força toda que não sinto? Na verdade me sinto, antes de tudo, um elefante numa loja de cristais, quebrando tudo que tem pela frente causando um estrago danado. Mas quando a minha querida amiga me diz que não teria forças para viver a minha vida e me diz que sou muito forte, por um breve momento acreditei. Sou forte, sou forte igual a um touro, sou madeira de dar em doido! Obrigada amiga por palavras tão boas na hora certa, numa hora que estou tão frágil e magoada com atitudes de pessoas que amo muito. Sou forte não sou amiga? Então tá! Sou forte. Viva você querida!

domingo, 25 de março de 2012

Com quantos...

Bela, hoje acordei pensando com quantas linhas se faz uma vida: Uma? Duas? Mais? Quantas? Uma canoa se pode fazer, quando o tronco é compacto, com um só. Uma boa talhadeira, um bom e paciente escultor e...pronto a canoa está feita, pronta para ser jogada no rio e cumprir sua tarefa de flutuar. Mas e na nossa vida? Nas linhas que se formam, nas teias que tecemos com elas? Quantas precisamos, quantas , ainda, estamos tecendo e quantas mais teremos que tecer? Só sei que as minhas, as passadas, estou me livrando pouco a pouco, enrolando-as num novelo e guardando no meu baú, aquele de sândalo, onde minhas lembranças mais significativas ficam guardadinhas. As do cotidiano teço-as com cuidado, melancolia, saudades, aflição, alegria, tristeza, euforia, esperança e expectativas. Minhas linhas, na verdade, são tão previsíveis que até a mim não causam mais surpresas! Minhas linhas são meus filhos! Neles me realizo, construo, sou feliz, fico triste e me preocupo. Presto muita, mas muita atenção, na vida de cada um deles, procuro não interferir ... muito, mas interfiro, sim, quando necessário! Para mim filho não tem prazo de validade, é para toda vida, sempre! Lugar comum besta, toda mãe acha isso!! Quando penso que algo não vai bem, minha atenção redobra em cima dele(a): O afastamento de uma filha me preocupa, sei que algo com ela não está bem, a cabecinha está enrolada e confusa com algo! Seu processo de entendimento por afeto pode ser muito lento, e a isto ela dá o nome de orgulho; faz ela sofrer. A agressividade, intolerância e imposição de suas idéias aos gritos, de um filho amoroso atencioso e inteligente, faz logo meu alarme disparar. É medo! De quê? Das linhas novas que estão se formando nas suas vidas? Pode ser! Fico atenta não interfiro, ainda! Ah, já deu para perceber que comigo não tem esta de "Mãe não sou mais criança, não se mete!" Não funciona comigo! Me meto, sim. Chamo as falas, sim! Gostou? Não gostou? Vai catar coquinho! Fiquem espertos estou de olho! O quê vou fazer? Ah, vou dar colo e cafuné! Beijos.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pronto falei!

Final de 2011. Que difícil meu Deus! Pensei que não iria acabar mais, foi um sem fim de eventos, a cada dia que passava um pouco de mim ia ficando mais frágil, uma linha totalmente esticada a ponto de arrebentar, mas segurei bem, disfarcei de verdade, tão de verdade que até acreditei, e comecei a viver uma realidade paralela. Casamento da minha filha, todo aquele turbilhão de emoções que já falei aqui. Natal, ah! o natal! Que natal foi aquele?! Como todos os meus filhos estavam aqui o pai quis fazer a ceia na casa dele, natural, ter todos os filhos reunidos é coisa rara, então...fiz um arremedo de comemoração do aniversário da minha filha, às 5 horas da tarde, lanchamos,trocamos presente, filhos,filhas, genros, noras e netos e 8 horas todos rumaram para a casa do pai para a tal ceia de natal de verdade e eu fiquei só. Juntei os pratos sujos, retirei os papeis de presente amassados, varri a casa, lavei a louça...e sentei e...pensei em choque: "os natais daqui para frente serão todos assim, preciso me reajustar, situação nova, reação idem." Fumei um cigarro, tomei um copo de coca-cola e fui dormir. Merda de natal! Ano novo, não houve comemoração nenhuma na minha casa, meus filhos passaram para um abraço e beijos e feliz ano novo e eu...fui dormir. Merda de ano novo! Pois é, dá para perceber nitidamente que para mim tudo gira em torno de meus filhos. Sem eles estanco, sem eles não reajo, sem a presença deles viro ameba, não penso, não realizo. Que carga pesada para eles! Não quero nem saber, minha fraqueza exige, meu desamparo quer colo mesmo, solicito de verdade, sem vergonha grito e peço o amor deles, f...-.. o resto. Só sei ser mãe assim. Merda de mãe? Tomara que não! Senão...coitados! Ah! e ainda teve uma tal viagem de comemoração de 60 anos do pai. Foram todos, filhos, filhas, genros, noras, netos. Todos. Não sobrou um! Morri de inveja! Morri de felicidade por eles estarem fazendo uma viagem tão linda com o pai! Está bipolaridade de emoções ainda me mata! Tomei um Rivotril e fui dormir! 2012? É meu, vou fazer uma pós e...parar de fumar! Viva eu! Beijos.

terça-feira, 6 de março de 2012

Infinito...nem tanto particular.

Muito já escrevi sobre meus lamentos, e ainda, irei escrever, só sei garatujar quando estou melancólica; na verdade queria mesmo era fazer um texto alegre, irreverente, sem tantos dissabores esparramados por ai. Mas fazer o que? É assim que minhas linhas se estendem, se cruzam, se chocam e se tornam um emaranhado sem fim de... não saber receber afetos. É isso, não sei receber afetos! Que triste! Afetos deveriam ser recebidos com facilidade, abraços deveriam ser recebidos com relaxamento de emoções, sem a tensão de afastar, elogios como um bálsamo, beijos recebidos com reciprocidade, presentes recebidos com o mesmo prazer de dá-los. Não que desconfie ou não acredite em quem está me oferecendo afeto, muito pelo contrário, acredito e no fundo de minha alma fico feliz, mas nunca me acho merecedora deste afeto todo! Claro que Freud explica! Mas não estou querendo saber de Freud nenhum, quero eu entender tanta falta de boa vontade comigo mesma, quero mesmo é ter mais complacência com meus afetos mal resolvidos, aceitar sim, estes afetos, que sinto sinceros, de braços abertos sem tencionar os músculos...do coração! Compartimentos se abrindo! beijos.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Compartimentos.

Travei. Perdi a régua e o compasso. Estou no vácuo! Tantas coisas acontecendo e eu aqui...sem conseguir abrir as portas do verbo.Perdi o verbo! Vou tentar abri-las (as portas) aos poucos e deixar jorrar tudo e enfiar goela abaixo da vida, para ver se estico ou arrebento de vez esta linha tão mal esticada. Volto...um dia, com os compartimentos destravados. Beijos Bela.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Palavras...

Palavras são chicote na alma! Uma palavra mal dita torna-se maldita, doí, deixa vergões, cicatrizes profundas, as vezes conseguimos curá-las, com afeto, carinho, um belo pedido de desculpas, outras não são curáveis, ficam lá dentro, na alma, doendo...doendo até não poder mais! Palavras me fazem sofrer, mais que as agruras da vida, estas eu tiro de letra, sacudo a poeira e dou a volta, nem sempre por cima é verdade, mas me recomponho e sigo em frente. Mas as palavras...quando vêm acompanhadas de um tom de voz duro, impiedoso e frio, então não tem jeito! É sofrer até não poder mais. Refletir se as mal ditas palavras vão mesmo dilacerar ou se vão se transformar em cicatrizes é uma linha cheia de nós mal feitos, difícil de esticar, há que se ter cuidado para não romper de vez, daí não tem emenda que dê jeito. Malditas que fazem um estrago medonho na alma e na vida! E tem, também, aquelas que passamos uma vida inteira esperando ouvir, acalentando o sonho distante de que um dia serão ditas, estas são benditas! E quando vêm carregadas de um tom de voz transbordando de afeto, ternura e amor sem fim é um acalanto, um bem querer que faz bem, que eleva, te faz querida e melhor para o que der e vier. Mas as mal ditas...