quarta-feira, 20 de julho de 2011

O primeiro Natal...

Estava instalado mais um pânico pós divórcio. O primeiro natal da gente numa casa e o pai em outra, na casa em que nasceram e cresceram que mesmo quando estavam longe, nesta data nos reuníamos todos, como seria? Como proceder num caso assim? Resolvi, junto com eles, que passariam o natal comigo (ainda morávamos no Rio) e o ano novo com o pai. Coisa mais pequenininha para se revolver, não é? Este não era nem de longe nosso maior sofrimento. Mas sempre tentei levar as coisas para que não parecessem tão tristes e tão definitivas; bobagem! É claro que eles sabiam ler nas entrelinhas, que eu estava fazendo o jogo do contente! Fazendo de conta que aquilo tudo que estávamos vivendo não era o fim do mundo. E não era mesmo! Mas era sim o fim do mundo deles! Que pena! Nestas horas e principalmente nestas horas, me batia uma raiva tão grande dele, mas tão grande... Porque ele me obrigou a pedir o divórcio? porque nosso amor não foi para sempre? até que a morte nos separasse? Porque foi assim. Com todas aquelas traições e mágoas acumuladas durante tanto tempo, é como se ele estivesse gritando constantemente no meu ouvido: "Ei não está enxergando o que estou fazendo? o que mais você quer que eu faça para você colocar um ponto final nesta droga de casamento? Faça, e faça logo! Já nem sei mais que tipo de traição cometer para você cair fora! Acorda!!!" Isto era o o que ele dizia implicitamente, e eu escutava como um grito estridente, tão alto que me deixava surda! Até que um dia... bem você já sabe! Mas voltemos ao primeiro natal do Rio: fiz uma ceia fantástica, os meus queridos amigos de toda uma vida vieram com os dois filhos, o que foi uma grande alegria, convidei mais um casal -não tão amigos assim- mais os sobrinhos que estavam no Rio e pronto! Estava armado o primeiro natal; trocamos presente, comemos, bebemos e eu tomei um porre desbundante! Daqueles de matar de lenço, seja lá o que isto quer dizer! Dois dias depois meus filhos embarcaram para mais uma prova da nova vida deles; ficar na casa em que nasceram, cresceram com papai e mamãe; mas agora sem a mamãe. No lugar da mamãe tinha a namorada do pai! Nova realidade! Melhor que fosse logo! Assim! Num ano novo! E eu? Embarquei para um cruzeiro de 11 dias, ano novo em alto mar! Com direito a soltar balões branquinhos com pedidos dentro, em meio ao mar da meia noite e... só! No meio de estranhos, gente que confraternizava, como um dia confraternizei. Desejei feliz ano novo para os que estavam próximos; rezei e agradeci a Deus pela saúde de meus filhos; pedi Sua ajuda para prosseguir, e fui para a cabine. Outro ano estava a caminho e a jornada seria longa...beijos Bela.

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