sábado, 3 de setembro de 2011

Ainda desfiando...

Deixando situações diversas de lado e voltando ao nosso triturante cotidiano, ainda, lá na Ilha da Magia, com todas as suas bruxas a solta e rondando sempre cada um de nós que ousa habitar no espaço que outrora pertenceu, ou pertence, vai saber?! somente a elas; as vidas, de meu filho, da minha filha e a minha, estavam numa linha bem esticada, tão estendida que se a tocássemos com a ponta da unha ela com certeza emitiria um som, um lamento, um pedido de socorro, sei lá! Com a minha saúde emocional em restabelecimento, dava conta da casa e da vida, minha e deles, no automático, era como se um flagelo habitasse dentro de mim, sabia que tinha que fazer mais, mas o que dava era aquilo que fazia, e eles me cobravam: "Mãe reage, faz alguma coisa, sai, vai passear, faz amigos..." Não dava! Não era assim que tinha planejado, estava tudo errado. Sentia a vida me escapando, igualzinha as areias da Joaquina que pegava aos punhados e deixava lentamente escorrer entre os dedos. Mas há dias ruins e outros piores e alguns bons, então me agarrava desesperadamente para que os bons durasse bastante. No meio desse desalento todo, eis que meu outro filho retorna da Itália, foi um dia muito bom! Uma coisa nova acontecendo, foi bom para mim e para os irmãos, já não estávamos tão sós; muitas novidades, muitas histórias, um enfoque escolar diferente, uma nova língua aprendida, um mundo novo a ser conversado. Com a chegada do irmão a minha filha - que havia acabado a faculdade - resolveu que era a vez dela partir. E partiu! Voltou para junto do pai, lá no norte. A vontade de começar uma vida profissional falou mais alto e mais uma vez, a providencial ajuda do pai se fez necessária. E lá foi ela! Fiquei sem minha pequena! Que falta me fez! Ficamos os três, meus meninos e eu, para continuar a nossa rotina, eles estudando e eu... bem... eu? Ali. Em casa, supermercado, fazendo a nossa comida, limpando a casa, a faxineira só vinha uma vez na semana. Que vidinha de merda! Que raiva dessa minha estúpida dificuldade de fazer novos amigos. Que raiva dessa fobia social, que desenvolvi pós divórcio! Fico tensa só em pensar de ir a uma festa! Quando comecei a conversar com estranhos no supermercado, puxando "papo" com atendentes de farmácia, ví que algo muito estranho estava acontecendo e tinha que tomar uma providência. E tomei! Quem ia fazer o caminho de volta, agora, era eu! E fiz! Deixei meus filhos terminando as faculdades, devidamente instalados, vendi minha casa. E voltei! Aqui estou euzinha! E uma nova linha tinha que ser tecida. Com qual fio? Estou, ainda, descobrindo! Cada retalho é uma linha diferente e especial. Beijos.

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