quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Re (encontros)...

Eis-me aqui onde tudo começou. Novamente o verde escandaloso e inconfundível dessa terra em que me fiz gente grande; amei, casei, fiz família, procriei, eduquei minhas crias, fui feliz, fui infeliz, ajudei a construir uma vida e uma casa, criei raízes profundas, fiz amigos, deixei de amar, descasei e fui embora para uma terra que não era minha. Minha terra é aqui! Minha terra tem calor senegalês, poeira, estrelas abundantes no céu, um rio fraquinho, não tem mar, gente da melhor espécie, o riso escancarado da infância feliz dos meus filhos, mangueiras nas ruas que dão mangas aos montes, gente que se conhece de muito conversando nos supermercados, politica e políticos, chuva derramada de balde, o rastro da minha felicidade! Agora os caminhos são outros, o verde é o mesmo, mas a cidade cresceu, tornou-se bonita, quando aqui cheguei tão jovem era quase uma aldeia, uma cidadezinha tão pequena, que até uma batida de carro poderia acontecer entre irmãos, e aconteceu de verdade! Hoje, não moro mais na casa da infância dos meus filhos, os amigos que fiz ao longo de 24 anos migraram. Outros, poucos, olha ai a minha "noia" se manifestando, estou fazendo, mas estou cercada de afetos aconchegantes, sabe de quem? Daquelas crianças que frequentavam a minha casa, que eu carregava, para cima e para baixo- sempre gostei de andar com muita criança - tornaram-se homens e mulheres, alguns com filhos e família próprias, o afeto deles me aquece, enternece, me revigora! Quando olho para cada um deles absorvo despudoradamente a energia e vitalidade que deles emana, e isso me faz feliz! A estrada de luz que me trouxe de volta têm nomes e sobrenomes: três netos! Sim, tenho mais uma netinha, uma luz com dois olhos verdes irrequieto e perguntadores. Eu perto dos meus três netos, minhas filhas, meu filho, meus genros, e de brinde: a doçura da irmã do meu neto, a eloquência do irmão dos meus filhos, o pequeno L..., os filhos dos sobrinhos, dos filhos dos amigos de infância dos meus filhos, vou, pouco a pouco, pavimentando o caminho de volta. Falta só o meu outro filho voltar, então terei a família que ajudei a criar toda junta novamente. Quem sabe não mando construir a tal mesa grande! Gente para encher agora tem! É isso! Vou ter a minha tão sonhada mesa grande, com filhos, filhas, genros, noras, netos e netas e quem mais chegar, sim! Porque não? Beijos.

Um comentário:

  1. Já estava sentindo falta!!!
    Passei dias entrando no seu blog para ver se tinha novidades.
    Bjo grande, Bela.
    Thais

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