sábado, 22 de outubro de 2011

Linha Dividida!

Na minha volta para cá, muito andei, e percorri os caminhos novos e sai a procura dos antigos que tão bem conhecia, gabava-me, na época em que aqui morava, que conhecia a cidade melhor do que muitos nativos. E era verdade, conhecia cada canto da cidade, sabia onde procurar o que estivesse precisando e ainda indicava para os outros! Mas agora a cidade estava muito diferente, novos traçados dos quais não sabia onde me levariam. Estes mesmos traçados foram formando linhas finas e tensas no meu interior, não sabia mais que rumo tomar, e rumei de acordo com a minha intuição, não tinha mais norte numa cidade tão familiar outrora e tão estranha e desconhecida neste presente de tantos recomeços. Foram tantos os equívocos!!! Acho que estou me tornando uma equívoca-mor! Se não existe, começa a existir a partir de agora. Pronto, equívocos tem nome...sou euzinha mesmo! Nesta cidade em que comecei a minha vida, afetiva, familiar e social, tudo estava aqui, diferente é verdade! Mas estava. E eu não percebi que não se refaz linhas divididas, dividiu f..., só se der um nó, mas depois para desfazer...e eu queria, e pior, fiz este caminho, passei por cima de todos os nós e fui em frente, achando que tudo estava como antes. Não estava! Comecei visitando os antigos parentes, fui muito bem recebida por todos, verdade seja dita, convites recebi aos montes, alguns aceitei, quando chegava a curiosidade era total; na empresa achava que tinha livre acesso, a tudo e a todos; ao ex marido achava que podia pedir qualquer coisa e seria atendida prontamente; nas lojas achava que seria tratada com a mesma deferência de antes; achava que lidaria muito bem com o estranhamento causado nas pessoas, quando nos encontrávamos num mesmo ambiente, meu ex com a atual mulher e eu, e as pessoas ficavam muito surpresas ao ver que não havia animosidade, mas o estranhamento era geral. E o jogo de interesses falou mais alto e as coisas tomaram um rumo medíocre, do qual corri e me recolhi. Já não era mais a D. fulana, na verdade, pessoas que antes me chamavam assim: D. Fulana, agora era só Fulana mesmo e pronto! Aos poucos fui percebendo os equívocos, os enganos e o desengano tomou conta e me fez ver a nova realidade, e mais uma vez me reinventei, e neste momento não pude deixar de lembrar e apreender um escrito de Lya Luft, ela de novo! Nem é minha escritora favorita, mas algumas coisas gosto, cotidiano é cotidiano, histórias de vida se repetem infinitamente iguais... diz assim: "Quando perdi quase tudo, descobri que a dor não era maior que o sonho. Quando esqueci o caminho, ví que o horizonte ficava do lado errado. Quando só o meu rosto sobrava em cada espelho (e nada do lado de cá), juntei desalento e desejo e me reinventei com carinho. (Agora pareço comigo antes de o amor ser cancelado.)" E eu agora teço uma fina colcha de retalhos, com linhas muito especiais, quando ficará pronta? Não sei querida Bela! Um dia qualquer! Apenas sei que não há ressentimentos nem mágoas, os escritos acima são apenas realidade pura na veia! Beijos.

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