quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Por ai...

Houve um tempo Bela, que achava que a terapia era minha única muleta de sustentação. E foi! Mas de muito me dei alta, desde então escrevo: em cadernos, em pedaços de papel achados no momento preciso do desabafo, fazia da caneta e do papel, qualquer um, um ombro amigo, e depositava ali tudo que me vinha a cabeça. E agora achei este instrumento aqui feito de teclas e tela luminosa, que as vezes me ofusca, me intimida, mas está substituindo habilmente a caneta e o papel. Por enquanto! Quando decidi me enveredar por este mundo eletrônico, confesso que não levei muita fé, muito impessoal, não tem cheiro de papel e nem de tinta de caneta, algumas pessoas vão ler, não vou poder escrever exatamente o que me vem a mente no momento. Que nada! Engano puro! É muito bom. Me joguei de cabeça, escrevo tudo (ou quase), me estraçalho, me exponho total e abertamente sem pudores de alma, choro e rio de mim mesma, minha gramática sofrível fica escancarada, nem ligo, escrevo mesmo! Aqui já falei muito da minha vida, de meus filhos e netos, de pessoas que me são muito caras, minhas emoções ficam em carne viva, minhas linhas se partem, se unem novamente, ficam finas e grossas com nós, quanto o tranco é grande. Através desta tela conheci escritos fantásticos, pessoas que escrevem com talentos sem fim, me dei o direito de estrebuchar, aliás, não quero nunca perder o direito sagrado de estrebuchar quando necessário, fiquei bisbilhoteira. Pois é, vou continuar escrevendo. Quando já tiver dito tudo (ou quase) paro. Mas ler livros numa tela não, nem se pode dobrar a pontinha para marcar onde estamos lendo, ai não dá! Exposição crítica e contínua? Certamente! Faz bem? Não sei, vamos ver daqui algum tempo. Egolatria? Boa afirmação moço! Prefiro pensar em desabafos e lembranças divididas e expurgadas. Beijos.

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