quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ao vento e ao ... frio!.

Bela, ficamos nós três, meu filho, minha filha e eu. De repente senti que o frio não era somente das temperaturas tão baixas e nem o vento que açoitava minhas janelas, era o que soprava intensamente lá fora! Era na minha alma! Estava ficando gelada e frágil ao menor sopro que pudesse ocorrer. Comecei a enlutar! Enlutei tardiamente, por um amor que não durou uma vida inteira; enlutei pelo esforço imenso de constituir e manter unidos afetos que não poderiam de forma alguma se romper; enlutei, também fisicamente, sentia-me sem forças, aquela força física que te move e faz andar para frente todos os dias; enlutei de saudades enormes da minha casa, a casa que meus filhos nasceram, cresceram, que vivia cheia de amigos, que havia vida pulsante; sentia saudades da reunião com amigos antigos; não sentia saudades do marido, da vida de casada e tudo que vem junto! Sentia falta da família! A família que acabou não ficando junto! Deste ajuntamento sentia muitas saudades! A família estava toda partida! Minha fragilidade diante deste enlutamento tardio ficou evidente; perdi o tesão de trabalhar, sair, fazer novos amigos. Vaidade? Nenhuma. Depressão! Claro! Puta depressão! Vamos aos antidepressivos, afinal euzinha tinha que dar conta, agora nem tanto da vida dos filhos, mas sim da minha própria! Nunca fui de ficar alimentando coisa ruim, não ia ser agora! Devidamente medicada, comecei a vislumbrar um novo horizonte, poderia até não ser o horizonte azulzinho que sonhei, mas já era um começo, mais um! Viva os antidepressivos! Da família "partida" vários núcleos foram se formando; o meu com os dois filhos que, ainda, estavam comigo; o da minha filha, meu genro e minha netinha; o do meu neto e sua mãe; e o do pai com a nova mulher e o mais novo integrante da família, o filhinho deles. Pois é havia mais um irmãozinho para os meus filhos! Eles diziam: estranho a gente ter um outro irmão não é mãe? É, mas ele existe e foi muito, mas muito mesmo, bem vindo! Aliás foi a partir dele que uma linha harmoniosa foi esticada; um dia ele foi levado, pelo pai, até minha casa para conhecê-lo, adorei! Ele é um querido. E soube que a mãe dele estava dentro do carro, estacionado em frente a minha casa. Um sol de 40 graus, "verãozao" bombando! Fui até a janela do carro e a convidei para entrar, muito assustada ela aceitou. E de repente estávamos todos, meus filhos, minha netinha - que o avô tinha trazido junto - meu ex marido, sua mulher e eu, sentados todos ao redor da minha mesa da cozinha, desfrutando de um bom café. Conversamos, uma conversa entremeada de assustamento, mas aos poucos relaxamos, mas só um pouco! Porque a situação era no mínimo inusitada! Nunca poderia me imaginar numa situação assim! Mas, sabe? Conseguimos rir! E a linha estava definitivamente estendida! Beijos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário