quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Linda, Bela e...Fria Catarina!

Quando chegamos a Ilha da Magia o encantamento foi geral, que ilha maravilhosa, tão parecida com o Rio, parecia uma miniatura, podíamos, ainda, ver seus morros com verde, até as favelas eram diferentes, pareciam bairros classe, sei lá como os órgãos classificam, mas eram diferentes das favelas cariocas, havia uma liberdade de ir e vir no ar, absorvemos total e nos desarmamos; nossa casa ficava com as janelas abertas, muro baixinho, não tínhamos nenhum sistema de segurança, confiávamos em qualquer pessoa que conhecíamos, isto queria dizer basicamente: determinados a fazer amizades e interagir de forma completa. Até a primeira tentativa de assalto a nossa casa. Foi um choque! Ainda assim achei que fosse algo pontual; então vieram as outras. É!!! Houveram 3 tentativas de assalto a nossa casa. A cada tentativa colocava uma proteção; levantei o muro p 2 metros e tanto, coloquei grades no muro, janelas, fechei uma varanda com blindex, cadeados mil e o sobressalto me tomou por completo, agora além de reestruturar uma família, também, era responsável pela sua segurança! E olha que morávamos num bairro dito seguro, padrão alto e tudo mais... E chegou o inverno! O primeiro! Que frio era aquele? Nós que viemos do calor amazônico... O frio entrou em nossas almas, fomos encolhendo, aliás, eu fui encolhendo, as lembranças da minha infância foram inevitáveis: aquele vento uivando por entre as frestas da minha casa tão frágil, a minha mãe nos agasalhando com o que tinha, eu tendo que sair para trabalhar - comecei cedo aos 14 anos - sem ter um casaco adequado, batendo os dentes de frio. Foi isto que o inverno trouxe a baila no momento mais inadequado, não era hora de lembrar de infância difícil, era hora de ser mais e mais forte, nada de vacilar, vamos colocar permanentemente lenha na lareira, muitos cobertores e aquecedores e vamos que vamos enfrentar este frio, este sazonal... passa! Já o outro... da alma... só acalma com o tempo! E as pessoas? Bem as pessoas, fui percebendo com o decorrer do tempo que não são tão "acessíveis" a "estrangeiros", não é manézinho? então o que veio fazer aqui? Juntando com a minha patológica dificuldade de fazer novas amizades, imagina! São simpáticos, bonitos, agradáveis até, educados, mas a barreira invisível que eles impõem a quem chega de fora está ali! Bem ali! Você não vê, sente! Se você oferecer algo eles recebem e até retribuem. Mas a tal barreira invisível permanece! Implicitamente é mais ou menos assim:" você está aqui mas a terra é minha!" Tentei, tentamos todos, em parte conseguimos, em parte... beijos.

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